terça-feira, 27 de outubro de 2009

A TEORIA ECONÔMICA DE KEYNES

Em tempos de depressão econômica, Keynes revolucionou o modo de ver a economia defendendo políticas intervencionistas para geração de emprego. Até então, os modelos econômicos defendiam a livre ação do mercado.
É certo que nos anos 30, frente a situação desesperadora de desemprego, economistas como Pigou já defendiam a geração de emprego através de gastos do governo, mesmo assim esses economistas não escapavam das duras críticas de Keynes que se concentravam nas contradições entre os fundamentos teóricos desses economistas e suas recomendações práticas.
Foi nesse contexto que Keynes criou um modelo econômico buscando fundamentar teoricamente as intervenções governamentais para reduzir flutuações nos níveis de produto e emprego. O modelo foi criado explicando os agregados da oferta e da demanda e desmembrando-os.

DEMANDA AGREGADA (A QUEM KEYNES DEU MAIOR ATENÇÃO)
Esta foi desmembrada em demanda por bens de consumo e demanda por bens de investimento:
Demanda por bens de consumo - esta depende da renda corrente da população e da taxa de juros, sendo que um aumento na renda das pessoas gera aumento menos que proporcional no consumo.
Demanda por bens de investimento - esta depende da eficiência marginal do capital(expectativa de lucro futuro - EMgK) e da taxa de juros.

Keynes costumava  dizer que "no longo prazo todos estaremos mortos", por isso sua análise se focava no curto prazo. Além disso Keynes acreditava na inflexibilidade dos preços(inclusive o salário - preço do trabalho) devido ao poder dos contratos empregatícios, sindicatos e leis trabalhistas, dessa forma podemos considerar a renda como fixa no curto prazo.

Ora, como a demanda por bens de consumo depende da renda, sendo esta estável, a demanda agregada está associada ao nível de investimento. Logo, flutuações na demanda agregada são causadas por movimentações no nível de investimento(por enquanto desconsideramos a taxa de juros).
Dessa forma, expectativas de uma boa eficiência marginal do capital podem gerar investimentos, que por sua vez, geram produção, emprego e renda(que ex ante era estavel), acontecendo o inverso para expectativas ruins. Vale lembrar que o aumento ou diminuição da renda é gerado por novas contratações e não por variações salariais.
Na opinião de Keynes esse é o ponto chave para compreenção dos movimentos cíclicos do capitalismo. A decisão de investimento nas mãos do capitalista, que tem obrigação de antever o futuro da evolução da economia, sendo esta evolução incerta.
Na inserção da taxa de juros ao modelo devemos retomar à eficiencia marginal do capital. Como dito, a EMgK é o lucro esperado pelo empresário baseado nas expectativas do mercado. Portanto, nesse contexto a taxa de juros se encaixa como uma concorrente no ramo dos investimentos. Os investimentos que rendem ao empresário menos que a taxa de juros são inviabilizados por ela como alternativa de investimento.
Portanto o desempenho da economia pode ser consequência, tanto das expectativas futuras dos empresários, quanto da taxa de juros.

A OFERTA AGREGADA tem como ponto de partida a teoria de fixação dos preços, que se baseia na expectativa de quanto será absorvido pelo mercado dados os processos de barganha para fixação dos salários nominais, assim como estoque de capital e tecnologia. Por resíduo caso a expectativa se concretize, obtem-se lucro.
São estes fatores que definem o planejamento de vendas, portanto a produção e a oferta agregada.
No modelo keynesiano a produtivadade (representada pelo capital e tecnologia) não se difere do que era no modelo clássico, a inovação esta no processo de barganha para fixação dos salários nominais.